Leitura crítica

O conto “O Barril de Amontillado”, do escritor Edgar Allan Poe qualifica-se por relatos macabros que tem como tema o assassinato por vingança. O porquê do motivo dessa vingança não é explícito. A justificativa do crime seria por um mero insulto? O relato é narrado por Montresor, que atentou contra a vida de Fortunato. No decorrer da leitura, entende-se que Montresor esteja confessando o crime e percebe-se que ele possa não estar só, já que em sua narrativa, dirige-se a um grupo de pessoas. No relato percebemos Montresor como um homem frio e calculista, que consegue facilmente esconder suas emoções. Provavelmente Allan Poe tenha baseado seu conto nos carnavais de Veneza, já que os personagens são italianos e amantes de vinho. Há alguns elementos em torno do assassinato que podem ser destacados: Os criados não estavam em casa, o cenário representa um local perfeito para o crime (na adega escura, fria, sinuosa), Montresor tenta embriagar Fortunato dizendo que a bebida seria para acalmar a tosse. Depois de conseguir prendê-lo, Montresor saboreia o gosto da vingança ao escutar o sofrimento de Fortunato, sua vítima. Nesse ponto da narrativa encontramos dificuldade em distinguir se a expressão “pelo amor de Deus” é falada por Fortunato ou pelo narratário. Ambas as situações seriam aplicáveis.
“Angústia”, de Anton Tchecov, não segue a estrutura “normal” de um conto, não há um clímax seguido por um desenlace. Mas sim, desabafos. O desabafo de um cocheiro que perde seu filho e tenta encontrar alguém que possa ouvir suas lamentações. O modo como o autor descreve a paisagem (neve, cinza) dão ao texto um ar ainda mais triste. O cocheiro tenta conversar com alguns clientes sobre a morte de seu filho, mas todos parecem tratá-lo com desdém. O que se percebe na trama é a vontade do homem de ser ouvido, de compartilhar sua dor com alguém, mas, derrotado pela indiferença de todos, encontra somente um cavalo que se torna seu ouvinte ideal. O conto nos mostra a crueldade da natureza