Jeitinho Brasileiro nas Organizações
Existe uma linha tênue entre favores e corrupção, e o jeitinho brasileiro é esta síntese, ou seja, ele pode tender a cada um destes dois lados quando for conveniente. Isso significa que culturalmente, o “jeitinho” está presente no cotidiano, nas organizações e na vida dos brasileiros. Isso fica claro em nossa mídia, em que é comum ser noticiado trocas de favores, corrupção, ou até mesmo uma frase do tipo: “Gosto de levar vantagem em tudo!”, citada pelo jogador Gerson, que foi popularizada a partir da década de 70, e que se difundiu e foi associada ao então agora chamado “jeitinho brasileiro”. Assim pode-se enxergar o jeitinho com múltiplas faces que o tornam uma característica fundamental para a cultura brasileira.
Todo brasileiro sabe o que é o jeitinho, pois já está tão difundido que todos já o praticaram em algum momento de suas vidas. Por exemplo, quem nunca pediu um emprego ou indicação a uma pessoa mais influente? Ou já pediu ao seu amigo determinada vaga dentro da empresa que ele trabalha? Claramente, essas situações, que podem ser em grande ou pequena escala, mostram o caráter universal do jeitinho brasileiro. Ou seja, ele é utilizado desde o menor dos níveis hierárquicos ao maior de todos, pois, muitas vezes todos precisam de uma “mãozinha” de alguém para se obter o resultado desejado. Além de ser um meio de aproximar os participantes de uma situação em prol de algum objetivo, é destituído de qualquer traço de autoritarismo, porque depende da forma de pedir o jeito (neste caso, gentil e simpático).
Outra característica importante do jeitinho, é o seu caráter ambíguo, pois ele pode ser considerado positivo, honesto, que é situado na área do favor, ou o negativo que é a corrupção, desonestidade; este caráter desonesto mostra a face do povo brasileiro que aceita a frase “Gosto de levar vantagem em tudo!”. Certamente, esta afirmação é digna de repúdio, mas foi aceita aos olhos da cultura brasileira, e o jeitinho