janela da alma
Assim, o documentário de Jardim e Carvalho, embora não negue em determinados momentos uma investigação mais banal sobre o tema, se aprofunda em uma discussão plural e abstrata, em que o tema “visão” é apenas um propulsor para diversas compreensões de mundo, sejam elas de cunho artístico, filosófico, poético, científico ou social.
O fato é que a obra esbarra talvez de modo involuntário, na questão filosófica acerca da beleza: “Ela é inerente ao mundo ou só existe porque somos capazes de percebê-la através da visão?”. Entre outros questionamentos também abordados, são: “O ‘enquadramento’ da armação dos óculos limita a visão no sentido da percepção?”, “A ausência de um sentido, no caso a visão, influência de modo a aumenta a capacidade de outro órgão do sentido?”, “Cegos sonham com imagens visuais?”, esses entre outros questionamentos são discutidos no decorrer das entrevistas.
Talvez seja disso que o filósofo esloveno Evgen Bavcar queira falar com suas fotografias. Bavcar se tornou cego após dois acidentes de guerra. As perguntas imediatas que qualquer um faria não são colocadas pelo documentário, “Pode um cego fotografar? Qual é o valor artístico de um fotógrafo que não vê o que enquadra?”. Essas perguntas não são feitas mas, mostra o fotógrafo em ação, fazendo fotografias