Janela da Alma
O documentário "Janela da Alma", de João Jardim e Walter Carvalho, de aproximadamente 73 minutos, mostra as experiências e opiniões de 19 entrevistados, com graus de acuidade visual que vão da miopia à cegueira e, discorrem sobre ver, não ver e ver de maneira única e intransferível por meio de uma metodologia.
1 - Uma nova forma de ver o mundo
O título da obra, "A Janela da Alma", faz uma referência à uma citação atribuída a Leonardo Da Vinci, no qual diz que "Os olhos são a janela da alma e o espelho do mundo". Como o mesmo já diz, nossos olhos seriam a "janela" e o "espelho do mundo" seria a visão daquilo que está sendo evidenciado, de forma metodológica e sistemática.
O intuito do documentário é passar ao expectador as sensações e opiniões desses entrevistados, no qual "enxergam" o mundo de uma forma diferente, não de um modo dificultoso, mas sim, de um modo sistemático, buscando sua própria verdade. No primeiro depoimento apresentado no documentário, Hermeto Pascoal (músico), relata não conseguir fixar sua visão em um único ponto, objeto ou ser, pois seus olhos se movem constantemente em direções diferentes. Contudo, Hermeto Pascoal, de uma forma sistemática, aborda algumas vantagens de enxergar o mundo daquela forma, o que dar a entender que, sua visão é melhor do que uma visão comum. E ao afirmar que "...eu vejo normalmente...", Hermeto Pascoal, evidencia que: de forma metodológica, nenhum homem é dono da verdade e, a verdade pode mudar com a infinita variação do ser humano, no que diz respeito aos seus desejos, anseios, emoções, cultura e até mesmo, o conhecimento científico adquirido mais recentemente.
O documentário, portanto, acaba por enriquecer o conceito que se tem da visão, já que, os entrevistados vão de pessoas ditas comuns, artistas e intelectuais de várias partes do mundo. Recorrendo à filosofia, à música, à medicina, à biologia, entre outros, para investigar e tentar desvendar, de uma forma metodológica, o conceito de