Janela da alma
Janela da Alma
Janela da Alma (2001, 73 minutos), de João Jardim e Walter Carvalho é um documentário composto por depoimentos de pessoas que sofrem com problemas de visão e começam a ver a vida por outra perspectiva.
O filme inicia-se com o Hermeto Pascoal, um dos entrevistados, sendo instruído a como olhar para a câmera, mas devido ao seu problema visual sua vista move-se o tempo todo e ele consegue ver várias coisas de uma única vez, então ele exclama: “Que vista rica!”, nesse momento, começamos a identificar todo o propósito do documentário, que é mostrar um outro lado da visão, onde todos podem ver independente de seus problemas visuais, sem que isso seja um obstáculo, ver além da vista, além do que se é “ver”.
Podemos ver com os ouvidos, com o nariz, com o tato. Vemos com os olhos, mas não só com eles, depende-se dele, mas é preciso muito mais para enxergar. A visão não nos permite conhecer as coisas como elas realmente são, há um limite, a partir daí a imaginação entra fazendo o restante, transfigurando cada coisa para o nosso ponto de vista.
Dependemos do nosso conhecimento para termos nossa própria interpretação sobre o que vemos. O olhar é carregado e alterado por informações pessoais, emoções, sensações, uma forma de ver com sentimentos. A mente é capaz de escutar mais que os ouvidos, pois os ouvidos não possuem a sensibilidade que o interior possui para enxergar nas coisas simples, coisas extraordinárias.
Toda forma de percepção está ligada a experiências emocionais, a subjetividade que há dentro de nós, ao que podemos enxergar através do nosso modo de ver. Cada pessoa vê a partir de sua imaginação, de sua perspectiva. O olho é uma interface, trás informações, e leva informações, o olho é uma janela da alma, por qual seu interior vê e cria um modo de ver, que é