Irradiação dos Alimentos
Há muitos grupos populacionais que se opõem ao emprego de radiações ionizantes, mais ainda quando o material tratado são os alimentos. Esse é um problema cuja solução requer informação adequada, que permita ao consumidor conhecer as vantagens e os inconvenientes dessa forma de processar os alimentos.
A irradiação dos alimentos foi um dos tratamentos mais estudados e avaliados justamente pela controvérsia que a acompanha. Os resultados obtidos em vaias pesquisas, realizadas em diferentes condições e países, indicam que o consumo de alimentos irradiados não apresenta efeitos nocivos desde que esse tratamento seja realizado dentro de certos limites e em condições controladas. Nesse aspecto, nem todos os tipos de radiações ionizantes ( ondas eletromagnéticas ionizantes, faces de elétrons e de partículas atômicas mais pesadas ) podem ser utilizados no tratamento de alimentos. Se os níveis de energia da fonte radioativa são elevados, pode ocorrer o fenômeno de radioatividade induzida, pelo qual certos componentes do alimento se convertem em radioativos. Por isso, o Comitê Misto FAO/OIEA/OMS de especialistas em irradiação dos alimentos, apoiado em apreciações teóricas e estudos experimentais, decidiu em 1980, autorizar como fontes de radiação para o tratamento de alimentos aquelas cujos níveis de energia estão muito abaixo dos que podem induzir radioatividade (raios gama, raios X e faces de elétrons de baixa energia). Desse modo, garante-se que os alimentos tratados serão totalmente seguros nesse aspecto.TAB. 9.6
Efeito químico e biológico da irradiação
Para avaliar o efeito das radiações ionizantes utilizadas no processamento de alimentos (Tabela 9.6), é necessário conhecer as repercussões que tem a incidência desse tipo de radiações sobre qualquer material. Os elétrons e as radiações gama produzem ionizações e excitações nos átomos e/ou nas moléculas da matéria com os quais interagem, o que é conhecido como efeito primário da