Inversão do protecionismo
Desde Adam Smith e seu livro A Riqueza das Nações o ideário liberal permeia o meio acadêmico dos estudos das ciências econômicas. Aqueles afiliados a essa escola de pensamento propõe o livre-comércio, ou seja, a menor intervenção possível do aparelho estatal na economia, o mercado que se autogoverna é seu princípio fundador. Em oposição a essa linha de pensamento temos os partidários do protecionismo, incentivando a intervenção dos Estados na economia no sentido de levantar barreiras que garantam a proteção de certos setores econômicos contra a competição estrangeira. Ao longo da história tivemos um movimento por parte das grandes potências no sentido de promover o livre-comércio sobre as nações subdesenvolvidas e em desenvolvimento. Contudo, esse movimento vem se invertendo nos últimos anos, fato que tem alterado de maneira significante as relações globais.
As grandes potências, lideradas pela Inglaterra e pelos Estados Unidos, desenvolveram ao longo do tempo um complexo maquinário destinado a derrubada de barreiras nacionais e ao incentivo do livre-comércio. Órgãos como a Organização Mundial do Comércio (OMC) vêm trabalhando no sentido de aumentar a liberalização das trocas comerciais. Esse movimento é claramente compreensível após uma breve análise histórica. Iniciou-se com a derrubada das Corn Laws pelos proponentes da Revolução Industrial na Europa e logo se expandiu para as trocas internacionais. A Revolução Industrial deu as grandes potências – ou seja, os países que por ela passaram- uma poderosa vantagem sobre as nações ainda presas a um arcaico sistema econômico baseado na propriedade agrária. O movimento natural seria por uma pressão pela abertura desses mercados subdesenvolvidos as manufaturas dos países desenvolvidos. Desde a Revolução Industrial até fins do século XX pode-se observar a pressão dos países desenvolvidos pela abertura de mercados mais fracos, e o movimento de reação desses mercados com políticas