1. INTRODUÇÃO Saber como os itens lexicais de uma língua se estruturam em uma sentença é a parte central da competência linguística dos seres humanos, tal como é entendida pela Gramática Gerativa. O falante de qualquer língua natural tem um conhecimento inato sobre como os itens lexicais de sua língua se organizam para formar expressões mais e mais complexas, até chegar ao nível da sentença, agrupando itens lexicais de acordo com algumas propriedades gramaticais que eles compartilham. Essas propriedades nos levam a distinguir um grupo por oposição a outro. Nossa competência linguística também nos ajuda a perceber que as sentenças de nossa língua não são o resultado da mera ordenação de itens lexicais em uma sequência linear. Sabemos, portanto, que a estrutura da sentença não é linear, mas sim hierárquica. Essa nossa competência também nos indica que uma sentença se constitui de dois tipos de itens lexicais: de um lado, estão aqueles que fazem um tipo particular de exigência e determinam os elementos que pode satisfazê-las; e. do outro, estão os itens lexicais que satisfazem as exigências impostas pelos primeiros. 2. CATEGORIAS GRAMATICAIS Podemos dizer que o falante reconhece que o item lexical “plongar” pertence à mesma categoria do item lexical “cantar” porque ambos possuem a propriedade de assumir formas variadas dependendo dos traços morfológicos de seus sujeitos, que, de maneira geral, são os elementos que antecedem os verbos. Essas marcas também variam dependendo de a situação descrita pela sentença ter ocorrido em um tempo anterior ao momento da fala, ou de estar ocorrendo simultaneamente a uma outra situação. Ainda, as marcas variam dependendo de o evento ser episódico, ou de ter uma duração no tempo. Portanto, essas marcas morfológicas permitem que distingamos a categoria gramatical dos verbos das demais categorias de palavra. As propriedades morfológicas, distribucionais e semânticas próprias de cada um dos