Introdução a linguistica
Paulo Ricardo Ferreira da Silva
Petter, Margarida. “Linguagem, Língua e Linguística”. In: Fiorin, Jorge Luiz (org) Introdução a Linguística. São Paulo: Contexto, 2010, p. 75-93.
A Língua como objeto da Linguística
Existem dificuldades quanto à definição concreta do objeto da linguística. Outras ciências têm como objetos de estudos dados estabelecidos previamente, a partir dos quais surgem vários pontos de vista. O contrario acontece com a linguagem. Nesse caso os vários pontos de vista, adquiridos ao observarmos fatores inerentes a ela, é que definem seu objeto. Independentemente do ponto de vista que se adote, sempre haverá duas faces em relação ao fenômeno linguístico, como exemplo: as silabas que se articulam são impressões acústicas percebidas pelo ouvido, mais os sons não existiram sem os órgãos vocais. Seja qual lado pelo qual se aborde a questão em nenhuma delas define o integral objetivo da linguística. A solução para as dificuldades ate aqui encontrada é colocar- se primeiramente no terreno da língua e toma-la om norma de todas as outras manifestações. Assim sabe-se que a língua é uma parte da linguagem, sendo um produto social da faculdade da linguagem e um conjunto de convenções que permitem o exercício dessa faculdade nos indivíduos. Tem-se que o exercício da linguagem representa uma faculdade que nos é dada pela natureza, enquanto a língua é algo adquirido e convencional. Todavia, baseando-se na definição de linguagem articulada, pode se também afirmar que não é a linguagem que é natural do homem, mais a faculdade de constituir uma língua. Para atribuir a língua o primeiro lugar no estudo da linguagem, considera-se o argumento de que a faculdade de articular palavras não se exerce senão com ajuda de instrumento criado e fornecido pela coletividade; assim, pode-se dizer que é a língua que faz a unidade da linguagem. A dicotomia entre significado e significante é importante porque aborda de modo satisfatório o velho problema da relação