Introdução aos estudos de latim
A CONCLUSÃO DE UM PERCURSO
“Falar correto é denominar corretamente.”
(Sócrates)
Durante a trajetória que as línguas latinas trilharam, surgindo do latim, com raízes profundas no grego, muitas manifestações ocorreram, fenômenos que foram enriquecendo-as como manifestações linguísticas de vários povos. Muitos homens valorosos: linguistas, enciclopedistas, gramáticos, dedicaram suas vidas no aperfeiçoamento delas como manifestação maior de nossas culturas, afirmação de identidade nacional e linguística. Hoje vamos estudar as vidas e obras de alguns desses homens. De diversas culturas, épocas e saberes distintos, cada um deles deu sua contribuição com olhos no futuro. O que nós conhecemos como português é o trabalho de muitos. Alguns ficaram conhecidos na história, outros ficaram anônimos, mas seu trabalho é obra que não morrerá enquanto existir um falante lusófono no planeta. Segundo as operações estabelecidas pela Lógica: “Só fala bem quem raciocina bem.”
PORT-ROYAL – Um Modelo de Gramática
A Gramática de Port-Royal foi um trabalho pioneiro na área da filosofia da linguagem. Publicado em 1660 por Antoine Arnauld e Claude Lancelot, ela foi a contraparte linguística à Lógica de Port-Royal (1662), e ambas receberam esse nome em referência ao monastério jansenista de Port-Royal-des-Champs onde os seus autores trabalhavam. A gramática foi fortemente influenciada pela Regulae de René Descartes e tem sido utilizada como um exemplo por excelêcia da linguística cartesiana por Noam Chomsky. O argumento central da gramática é o de que a gramática é um conjunto de processos mentais, que são universais; portanto, a gramática é universal.
A gramática de Arnauld e Lancelot demonstra que a linguagem se na razão, é a imagem do pensamento e que, portanto, os princípios de análise estabelecidos não se prendem a uma língua particular, mas servem a toda e qualquer língua.
Nessa gramática, explicita-se a noção de signo como meio, através do