Introdução ao pensamento complexo edgard morin
Capítulo 1 – A Inteligência Cega
O autor busca introduzir uma análise sobre o processo do conhecimento e da visão moderna da ciência. Intitula de “paradigma da simplicidade” ao processo que põe ordem no universo e nulifica qualquer desordem no sistema. Para Morin (p. 10), paradigmas são “princípios supralógicos de organização do pensamento [...] princípios ocultos que governam a nossa visão das coisas e do mundo sem que disso tenhamos consciência”. O mesmo afirma que a simplificação do pensamento é um “ato inibidor que limita o processo de conhecimento” e que, portanto o pensamento buscará controlar e dominar a complexidade do real (o que o autor denomina de inteligência cega).
Para Morin, a construção do conhecimento na ciência, opera por princípios reducionistas (que associa o que é diferente), de disjunção (que separa e distingue o que está ligado), de hierarquização, de centralização e de abstração. Esses princípios lógicos “unilaterais” de organização do pensamento utilizados na construção do conhecimento científico e que governam a nossa visão de mundo acabam por mutilar o pensamento do ser humano.
Ao longo do texto o autor discorre sobre o problema da organização do conhecimento. Acredita que a forma de se fazer ciência é equivocada, pois ao tentar particionar os conhecimentos, acaba-se por perder o sentido do todo. O autor afirma que inicialmente separou-se a ciência (física, biologia) da filosofia (ciência do homem). Ele acredita que as duas juntas façam sentido. Entretanto, ele afirma que ambas, ao longo do tempo tem se distanciado.
A ciência por sua vez tem particionado os conhecimentos a ponto de torná-los indeterminados e direcionados. Que a ciência deve ponderar a unidade dos elementos bem como a sua multiplicidade. Assim, a ciência tem caminhado com uma visão mutiladora e unidimensional. Para tanto ele cita o exemplo do geocentrismo (Ptolomeu) e heliocentrismo (Copérnico). Ambos estabeleceram