Arte

INTRODUÇÃO

O ser humano é o ser da incompletude e, por ser inacabado, consome sua vida na tentativa de interpretar/explicar/compreender o mundo em que vive. Nesse empreendimento, utiliza todos os seus atributos-instrumentos, ora privilegiando uns, ora outros; ora dando liberdade à sua dimensão subjetiva, ora enfatizando sua dimensão objetiva. Dessa forma, diversas teorias do conhecimento foram formuladas na tentativa de dar ao homem as certezas de que ele julga precisar para viver e conviver no Planeta Terra. Da superstição à razão, do inatismo ao empirismo, o ser humano tem trilhado um longo caminho teórico a fim de encontrar-se e encontrar a verdade. Na verdade, não há o que escolher. O ser humano é incompleto, inacabado e, mais: é complexo. Seu cérebro triúnico é capaz de fornecer-lhe as mais discrepantes respostas sobre um mesmo tema e, ainda assim, não terá encontrado nada além de sua percepção da realidade. O pensamento científico não passa de uma das dimensões possíveis para se interpretar/explicar/compreender o mundo no qual vivemos. A fragmentação do pensamento é apenas um dos caminhos para acessar um objeto. No fundo, tudo o que resta ao homem é a certeza da incerteza, de que nada é incontestável, de que a história está por ser construída. Uno e múltiplo, sapiens e demens, o homem do século XXI deverá reconhecer-se não apenas como ser social, mas também como elemento da natureza, co-habitante de um planeta cujo futuro está ameaçado pela lógica reducionista de uma ciência que se outorga plenos direitos de depredação do capital ambiental e cultural das diversas sociedades. Uma ciência que não atende mais aos apelos da coletividade e que deverá ser, tão brevemente quanto possível, hibridizada pelo pensamento transdisciplinar, aquele que pretende resgatar no homem a capacidade de fazer perguntas e não o comodismo das certezas. O trabalho será apresentado em três capítulos interdependentes. No primeiro, intitulado A Gestação do Pensamento