Ética-egarmorin

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UM ITINERÁRIO DO PENSAMENTO DE EDGAR MORIN* Maria da Conceição de Almeida**

Minhas primeiras palavras são de agradecimento à UNISINOS pelo convite para proferir esta palestra no Ciclo de Estudos sobre 'O Método' de Edgar Morin. Parabenizo os organizadores desse evento - professores José Roque Jungues e Inácio Neutzling - pela iniciativa de oportunizar o debate sobre as idéias de um dos expoentes mais expressivos do pensamento mundial contemporâneo. Um intelectual que quer, deseja e provoca, sem trégua, o reencontro entre ciência e humanismo, entre a cultura científica e A cultura humanística. Um intelectual cujas idéias representam uma síntese aberta, mas ao mesmo tempo radical, a respeito do papel social e ético do conhecimento diante da "agonia planetária" deste início de século. Como René Descartes, Edgar Morin pode ser considerado um divisor de águas na história do conhecimento. Se o Discurso sobre o Método de Descartes inaugurou, no século XVII, a chamada 'ciência moderna', o Método de Edgar Morin começa a construir uma ciência da complexidade. Portanto, oferecer um espaço de discussão sobre idéias ao mesmo tempo inovadoras e instigantes não se constitui um artifício de requinte intelectual para um punhado de iluminados. Denota, mais propriamente, a sintonia com a incerteza e a perplexidade em que vivemos hoje, não só no domínio do conhecimento científico, mas também no espaço do cotidiano de nossas vidas. Para Edgar Morin, o debate sobre o conhecimento "não poderia constituir um domínio privilegiado para pensadores privilegiados, uma competência de experts, um luxo especulativo para filósofos, mas uma tarefa histórica para cada um e para todos. A epistemologia complexa deveria instalar-se, senão nas ruas, ao menos nas mentes, mas isso exige, sem dúvida, uma revolução mental" . Por pensar como Morin, me solidarizo com os organizadores deste evento que se estende até novembro de 2004.

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Em segundo lugar, manifesto meu desatino em ter aceito falar

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