Novo paradigma x incertezas persistentes: o método do pensamento complexo seria a solução?
Quando a ciência moderna surgiu por volta do século XVII, poucos eram os que se arriscavam a pensar por si mesmos. O pensamento religioso e suas explicações predominavam e minavam qualquer tentativa de busca por outras respostas que não fossem aquelas oferecidas pelas religiões. Isto quer dizer que existiam poucas “mentes pensantes” na embrionária ciência. Logo, as respostas eram mais “duradouras e eficazes”, já que quase não havia quem questionasse o que estava sendo dito. As “verdades” eram mais “absolutas” e as certezas mais sólidas, permanecendo em voga durante muito tempo.
Com a difusão de universidades por todas as partes do mundo, o conhecimento científico propagou-se: foram mais mentes pensando, mais questionamentos aparecendo e mais pesquisas sendo realizadas. Vimos uma multiplicação das disciplinas e uma explosão da produção de conhecimento científico. As “certezas” e “verdades” tornaram-se diversas e constantemente revisitadas. Como afirma MORIN (2005, p. 18),
A espessura das evidências foi destruída, a tranquilidade das ignorâncias foi abalada, as alternativas ordinárias perderam seu caráter absoluto, outras alternativas se desenham; o que a autoridade ocultou, ignorou, rejeitou, sai da sombra, enquanto que o que parecia o pedestal do conhecimento se quebra.
Desse modo, quando os questionamentos ficaram maiores do que as respostas, a crise surgiu e novos paradigmas esboçaram-se na áurea científica, isto é, as contradições apareceram e forçaram os cientistas a reverem suas hipóteses (PRIGOGINE, 2001).
São muitos os questionamentos, são muitas as inquietações. As disciplinas já não dão conta de sua própria busca e/ou do objeto a que se propõe a estudar. Desse modo, vemos surgir uma crescente necessidade de extrapolar essas disciplinas, ir além daquilo que nos é oferecido. Por isso crescem cada vez mais as buscas pelas inter, as trans, as multi disciplinaridades. Buscamos uma melhor