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Um conjunto de fatores favoráveis tornou possível o êxito dessa grande empresa colonial agrícola européia. Os portugueses haviam iniciado há anos a produção, nas ilhas do Atlântico, de açúcar. Essa experiência, demais de permitir a solução dos problemas técnicos relacionados com a produção do açúcar, fomentou o desenvolvimento em Portugal da indústria de equipamentos para os engenhos açucareiros. Sem o relativo avanço técnico de Portugal nesse setor, o êxito da empresa brasileira teria sido mais difícil.
Campo comercial: o açúcar português inicialmente entrou nos canais tradicionais controlados pelos comerciantes das cidades italianas. A baixa de preços leva a crer que esses canais não se ampliaram na medida requerida pela expansão da produção. A crise de superprodução dessa época indica que o açúcar não podia ser absorvido senão em escala relativamente limitada. Uma das conseqüências principais da entrada da produção portuguesa no mercado fora a ruptura do monopólio, que mantinham os venezianos, do acesso às fontes de produção.
A partir da metade do século XVI a produção portuguesa de açúcar passa a ser mais e mais uma empresa em comum com os flamengos, que recolhiam o produto em Lisboa, refinavam-no e faziam a distribuição por toda a Europa.
A contribuição dos flamengos – particularmente dos holandeses – para a expansão do mercado do açúcar, na segunda metade do século XVI, constitui um fator fundamental do êxito da colonização do Brasil. Especializados no comércio intra-europeu, os holandeses eram o único povo que dispunha de suficiente organização comercial para criar um mercado de grandes dimensões para um produto novo, como era o açúcar.
Financiamento: Parte substancial dos capitais requeridos pela empresa açucareira viera dos Países Baixos. Capitalistas holandeses não se limitaram a financiar a refinação e comercialização do produto. Participaram no financiamento das instalações produtivas no Brasil bem