Indústria Cultural e Educação
A escola, como instituição social, é fundamental para a transmissão de nossa herança cultural, uma vez que ela encontra-se inserida no todo social. Contudo, não significa que deva ser idêntica ao todo. O surgimento da sociedade capitalista desencadeia a Indústria Cultural - termo utilizado por Adorno e Horkheimer a fim de denunciar a situação da arte no capitalismo industrial - que invade, sutilmente, o ambiente acadêmico sem que possamos perceber suas influências e perigos.
A produção desta Indústria é direcionada para o retorno de lucros, tendo como alvo conquistar o interesse das massas sem trabalhar o caráter crítico do expectador. Se contrapondo à educação que visa abrir espaço para a reflexão crítica da cultura transmitida, objetivando uma educação sistematizada, elevada ao nível da reflexão, que possibilite ao indivíduo se realizar com autonomia e liberdade.
A televisão é um forte instrumento utilizado pela Indústria Cultural, apresenta pontos positivos em possuir um grande alcance geográfico, penetração de público e variedade de conteúdo. Mas, ao mesmo tempo, desperta o desejo de consumo, envolvendo os indivíduos pela propaganda e estratégia de marketing. Levados por tais influências, deixamos de refletir acerca daquilo que compramos, se queremos ou, realmente, necessitamos, criamos necessidades que, muitas vezes, não temos.
As novas tecnologias de informação e comunicação deslocaram o eixo de transmissão do conhecimento, anteriormente centralizado apenas na escola, agora compartilhado pela mídia. É fundamental que a escola ensine o modo como devemos olhar para as informações recebidas através da mídia. Ao pedagogo cabe equilibrar o uso das mídias e tecnologias, incentivando os educandos a adotarem uma atitude de aceitação crítica, abrindo espaço para reflexão. Formando cidadãos que consequentemente deixariam de ser passivos ou apenas “ouvintes”, “espectadores”, para tornarem-se filósofos da sociedade