Educação; cultura e indústria cultural
O texto “A Indústria Cultural” de Theodor W. Adorno nos propõe uma análise criteriosa sobre a maneira como compreendemos a produção, veiculação e distribuição da cultura. Segundo Adorno (1971) “as massas funcionam como a ideologia da indústria cultural”. Todavia o sentido de ser da Indústria Cultural necessita das massas e por isso mesmo a elas se adapta constantemente.
Outra questão apresentada pelo texto é o da abolição da arte pela indústria cultural que privilegia a produção em série, padronizada. Desta forma tanto homem e o ato criativo seriam coisificados em produto cultural. Sendo assim a indústria cultural será sempre rodeada por questões éticas.
A interpretação e reflexão desta complexa engrenagem que submete o ser humano à condição de coisa e o condiciona a categoria de alienado constitui um importante campo para a atuação da educação. Com a qual seria possível trabalhar a partir de problematizações questões cotidianas tão próximas dos sujeitos e repletas de exemplos da ação da indústria cultural sob a vida destes.
A padronização da indústria cultural faz com que a consciência seja substituída pelo conformismo. A indústria cultural pretende como último objetivo submeter o homem a uma dependência e servidão inquestionável. Percebemos com isto o empobrecimento da formação de sujeitos autônomos capazes de tomar suas próprias decisões conscientemente. Conforme Adorno (1971):
A satisfação compensatória que a indústria cultural oferece às pessoas ao despertar nelas a sensação confortável de que o mundo está em ordem, frusta-as na própria felicidade que ela ilusoriamente lhes propicia.
Assim, também a cultura, passaria a ser vista não mais como mecanismo de livre expressão, da criticidade e do conhecimento, mas como produto comparado a qualquer outro.
Referência
ADORNO, Theodor W.. A Indústria Cultural. In: COHN, Gabriel.Comunicação e Indústria Cultural. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1971. p.