Matemática na cultura ocidental

Matemática na cultura ocidental Verdadeiros e Falsos conceitos Traduzido e adaptado de “Mathematics in Western Culture” de Morris Kline (1908- 1992) A afirmação de que a matemática tem sido o elemento mais importante na construção da cultura moderna, bem como um elemento vital dessa cultura, é, para muita gente, inacreditável ou, pelo menos, exagerada. Esta descrença é compreensível e resulta do conceito comum, mas errado, do que é, realmente, a matemática. (1)Influenciada pelo que é ensinado na escola, a maioria das pessoas encara a matemática como uma série de técnicas de uso exclusivo dos cientistas, dos engenheiros e dos economistas. A reação a estes ensinamentos é o desagrado pela matemática e a decisão de ignorá-la. Esta decisão tem mesmo o suporte de autoridades, como podemos observar nesta citação de santo Agostinho: “o bom cristão deve acautelar-se com os matemáticos e com todos os que fazem profecias vãs. Existe mesmo o perigo de os matemáticos terem feito um convénio com o diabo para obscurecer o espírito e confinar o Homem aos limites do inferno.”, e nos regulamentos dos juristas romanos : “No que diz respeito a malfeitores, matemáticos e pessoas do género …. Apreender a arte da geometria e tomar parte em exercícios públicos, uma arte abominável como as matemáticas, é proibido”. Mesmo o distinto filósofo moderno Schopenhauer descreveu a aritmética como a atividade mais pobre de espírito, uma vez que pode ser executada por uma máquina. Apesar destes julgamentos autorizados e apesar da opinião comum, justificada através do ensino nas escolas, a decisão dos leigos de ignorar a matemática está errada. A matemática não é uma série de técnicas e este é, de facto, o seu aspeto menos importante, o qual está para a matemática como o misturar de tintas está para a pintura. Estas técnicas são matemática desprovida de motivação, raciocínio, beleza e significado. Se compreendermos a natureza da matemática, veremos que a afirmação da sua importância, na vida e no