Educação Física e Capoeira: Cultura Popular e Indústria Cultural no Jogo de Roda
Giancarlo Roger Hilário1
Resumo: Historicamente, a Capoeira, originada das lutas por liberdade do escravo em nosso país, passou por uma série de modificações tanto na sua expressão corporal quanto na sua denominação, fruto de uma reorganização motivada pelas políticas de embranquecimento e dominação da população afro-descendente vigorantes a partir do período da Republica Nova. Determinou-se, a partir destas políticas, uma nova era desta arte sob a influência direta da indústria cultural, que dicotomizou a Capoeira em Capoeira Regional e Capoeira Angola a partir da década de 1930. Disso resultou um rápido processo de esportivização da Capoeira Regional em detrimento de boa parte de suas tradições. Na pós-modernidade, sob a égide da globalização, o fetiche da mercadoria e a reificação do homem agem de modo invisível pelos mais variados veículos de comunicação para expandir a capoeiragem a todos os povos do planeta, sugerindo a possibilidade de que não só a Capoeira Regional, mas também a Angola se tornem adulteradas. Marx mostra que a produção do homem não pode se impor a ele e que só é possível superar a alienação pelo entendimento de que o homem, nas suas relações sociais, se transforma. No rumo deste entendimento a arte/cultura da Capoeira Angola se revela uma excelente pedagoga. Em face aos auspícios revogadores da pós-modernidade, ela se oferece à escola através das aulas de Educação Física como possibilidade de resistência, luta e transformação.
Palavras-chave: Capoeira Angola. Indústria cultural. Educação Física.
Resumen: Históricamente, la Capoeira, se originó en las luchas por la libertad del esclavo en nuestro país. Una serie de cambios tanto en su expresión corporal como en su nombre fue el resultado de una reorganización impulsada por las políticas de dominación y blanqueamiento de la población afro-descendiente vigorantes desde el momento de la Nueva República. Se