- Em que medida a industria cultural interfere na realidade da educação contemporânea.
Adorno e Horkheimer tiveram como questão central de seus estudos a compreensão do processo em direção á sociedade administrativa, presente tanto no movimento fascista, como nos de esquerda (stalinismo)e, de um modo geral, no capitalismo ocidental tardio.chamava lhes a atenção o fato de o iluminismo ou esclarecimento – movimento que trouxe a possibilidade de uma combinação entre liberdade e racionalidade – ter sido acompanhado pela regressão e pela barbárie. Buscaram entender o esclarecimento não apenas pelo viés econômico, mas também pelas formas como os homens produzem conhecimento, a partir da compreensão da inter-relação entre cultura e civilização como partes constituintes da sociedade. Neste sentido, a produção de ideias ultrapassada o campo das ” meras ideias”, “supérfluas” ou “arbitrárias”, sendo conduzida para o lugar central de força material que afeta a própria produção e construindo uma espécie de totalidade: pois que o esclarecimento é totalitário como qualquer outro sistema”.A industria cultural: O esclarecimento como mistificação das massas”, os autores lhe davam um lugar central, em seu papel totalizador, para a sustentação dessa nova metafísica. O ponto de partida do segundo fragmento da Dialética do Esclarecimento, que apresenta a tese dos autores acerca da industria cultural, foi o de que, muito mais do que um caos cultural, a cultura contemporânea é marcada por um “ar de semelhança” e por extrema “coesão” - sendo que cinema, rádio, televisão e revista, principais meios de comunicação de massa à época,constituíram um sistema em que “cada setor é coerente em si mesmo e todos o são em conjunto”(Adorno & Horkheimer, 1985, p.113). O rádio e o cinema já teriam então abdicado de apresentar-se como arte para assumir-se como industria, negócio, voltando-se à reprodução e à disseminação”de bens padronizados para a satisfação de necessidades iguais” –