Psicanálise: Os Antecedentes
Schultz inicia o capítulo relatando de um sonho que Freud teve com sua mãe quando criança e que depois de muitos anos, o sonho relatado ainda representava uma experiência altamente emocionante para ele e quanto mais pensava a respeito daquele sonho, mais compreendida que ele revelava um significado mais sutil, sinistro, até mesmo chocante. O autor destaca os três grandes impactos na humanidade que afetaram o ego humano coletivo, segundo Freud, a primeira, quando Copérnico (1473-1543), o astrônomo polonês, demonstrou que a Terra não era o centro do universo, mas apenas um dos muitos planetas a girarem em torno do Sol. A segunda mudança ocorreu no século XIX, quando Charles Darwin mostrou não ser o homem uma espécie única e distinta ocupando um papel de destaque na criação, mas apenas uma espécie superior proveniente de formas inferiores de vida animal. E, finalmente, a terceira mudança, foi a provocada por Freud, ao afirmar não ser o homem agente racional da própria vida, pois se encontra sob influência de forças inconsciente que não percebe e sobre as quais tem pouco ou nenhum controle. O autor trata da relação entre o desenvolvimento histórico da psicanálise e as outras escolas de pensamentos, em que as escolas de psicologia abordadas compartilhavam uma herança acadêmica e deviam grande parte da inspiração e forma a Wundt. Os conceitos e métodos científicos dessas escolas foram aprimorados em laboratórios, bibliotecas e salas de conferências, e todos abordavam temas tais como a sensação, a percepção e a aprendizagem. Entretanto, segundo o autor a psicanálise não era um produto das universidades nem uma ciência pura; ela surgiu dentro das tradições da medicina e da psiquiatria a partir das tentativas de tratamento de pessoas rotuladas pela sociedade como doentes