Inclusão e Exclusão
Por Vinicius Siqueira de Lima
Eu vejo uma coisa muito frequente nas conversas, em programas de TV e, na verdade, em todos os cantos do espaço social de nossa sociedade como um todo: a tentativa de inclusão. No entanto, essa tentativa de inclusão, vale dizer, não se trata de estabelecer uma igualdade social, política e econômica negada historicamente, como no caso das lutas contra o racismo e homofobia, mas sim, na tentativa de inclusão como maneira de (pasmem) evitar os conflitos - que são naturais, por exemplo, nas lutas contra o racismo e homofobia já citados. É uma forma de inclusão que causa mais apatia do que promove a real igualdade em termos políticos, sociais e econômicos, e eu creio que o exemplo de digestão fácil e que, ao mesmo tempo, tem um grande conteúdo, é aquele comum nas escolas primárias: todo mundo é bonito, mas cada um é bonito à sua maneira.
"Há a afirmação de que há uma essência, um núcleo, pertencente à todos os seres humano, ao mesmo tempo que todos são, superficialmente, diferentes"
É óbvio que a frase do exemplo não é um fim em si. O conceito que há por trás dela pode ser generalizado para o restante da maneira como, em um mundo multicultural e tolerante, vemos o mundo. Eu creio que ser interessante esse tipo de afirmação, pois ele demonstra, primeiro, que todos são iguais, depois, que todos são diferentes. Há a afirmação de que há uma essência, um núcleo, pertencente a todos os seres humano, ao mesmo tempo que todos são, superficialmente, diferentes. A beleza é única em cada um por que cada um expressa de maneira diferente seu corpo físico, entretanto, a beleza está no núcleo do sujeito – ela está lá, emanando algo comum a todos os humanos que, ao passar por alguns filtros biológicos, se expressa da maneira como vemos no dia a dia.
Se o objetivo da afirmação é retirar as pessoas da exclusão por serem feias (ou estranhas, ou impuras, ou qualquer coisa que possa ser colocado como exclusão),