inclusao e exclusao
Inclusão, exlusão, in/exclusão
inclusão, exclusão, in/exclusão
Alfredo Veiga-Neto e Maura Corcini Lopes
Durante os dois mandatos de Fernando Henrique
Cardoso (FHC), entre 1995 e 2002, vimos surgir com intensidade no vocabulário político e educacional a palavra inclusão. De início, essa palavra designava uma alternativa capaz de resolver vários problemas educacionais, principalmente os que envolviam a participação de pessoas com deficiência na escola. E, na medida em que a escola vem sendo vista, desde há muito, como uma instituição capaz de contribuir decisivamente para resolver quase todos os problemas sociais, a inclusão escolar seria decisiva para a ampliação da participação de todos em uma sociedade melhor, mais justa, etc. Vários estudos já abordaram e problematizaram esse tipo de raciocínio reducionista e primário.1
A partir do segundo mandato de FHC, a noção de inclusão foi ampliada e passou a abarcar um amplo conjunto
Alfredo Veiga-Neto é Doutor em Educação, Professor Titular do Departamento de Ensino e Currículo e Professor Convidado Efetivo do PPG-Educação, Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS),
Porto Alegre, RS, Brasil. Maura Corcini Lopes é Doutora em Educação e Professora Titular do Curso de Pedagogia e do PPG-Educação da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), São Leopoldo, RS, Brasil. verve, 20: 121-135, 2011
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de práticas voltadas para todos aqueles que historicamente sofriam por discriminação negativa. Durante os dois mandatos de Luís Inácio Lula da Silva (Lula), entre 2003 e
2010, bem como ainda hoje (durante o primeiro ano do governo Dilma Rousseff ), as políticas criadas durante o governo FHC foram mantidas e bastante ampliadas. Elas abarcam um número cada vez maior de pessoas que vivem sob condições precárias e até de miserabilidade, bem como pessoas que sofrem discriminação negativa graças ao fato de terem ou assumirem determinadas