ideologia alema
Essa famosa obra de Karl Marx e Friedrich Engels, "A Ideologia Alemã" abre com uma ofensiva crítica à tradição hegeliana dos idealistas alemães do séc. XIX. Os filósofos hegelianos focavam na consciência e ideias abstratas, sustentando que eles tinham existência independente que molda a realidade social (daí o termo "filosofia idealista"). De acordo com este ponto de vista, uma alteração na realidade social pode ser provocada por uma mudança na forma que esta realidade é percebida.
Em "A Ideologia Alemã" Marx e Engels oferecem uma análise oposta, que se manifesta em sua abordagem materialista, que vê as diferentes ideias e percepções como resultado de condições materiais sociais, econômicas e históricas. Em outras palavras, para os autores, é a realidade que cria a mente, e não o contrário.
Segundo Marx e Engels, várias das posições e crenças das pessoas, sejam elas religiosa, moral, etc., são criadas e condicionadas por circunstâncias materiais. Isso se verifica, inclusive em outros pontos da obra, nas circunstâncias históricas e de classe, e nas circunstâncias sociais e econômicas.
O argumento de consciência social foi concebido antes de Marx e Engels (doravante tratados como M.E.), contudo foram eles em A Ideologia Alemã, que fizeram dela a base da sua filosofia social. Inspiram-se fortemente (e criticam vigorosamente) no trabalho de Feuerbach, que afirmou que a fé religiosa está enraizada em condições reais e materiais do homem, na percepção do homem sobre si mesmo e em que Deus é apenas uma projeção de seus criadores terrenos. No entanto, isso não é suficiente para dizerem que Feuerbach não conseguiu levar em conta as condições específicas sociais, econômicas e históricas que moldam crença religiosa.
Para M.E., não é suficiente para afirmar que as pessoas criam suas