Idade moderna
As fronteiras romanas iniciavam-se no Mar do Norte, subiam o Reno, acompanhavam o Danúbio até o Mar Negro e atravessavam o Cáucaso para alcançar o Mar Cáspio. Dali desciam para o Oriente Médio, a Ásia Menor e o Egito, prolongando-se pela costa do norte da África até o Atlântico. De outro lado do Reno e do Danúbio, às vezes ao alcance de vista dos legionários que guardavam as fronteiras, estavam os povoados dos bárbaros, povos do sul da Escandinávia e da Jutlândia que haviam descido aos poucos para junto da fronteira do Império Romano. Esses povos do norte não eram estranhos a Roma: Mário, o implacável soldado dos tempos da República, já os combatera em 102 na.c., e Júlio César tinha-se aventurado brevemente para além do Reno a fim de persegui-los em suas florestas e pântanos. Apesar de tudo, os bárbaros tornavam-se cada vez mais fortes, a sua tênue organização tribal fora gradualmente tomando forma, até que, durante o século III, os defensores de Roma tiveram de se confrontar com os francos, no baixo Reno, com a confederação dos alamanos na Germânia Central, com os vândalos, na Hungria e – mais terríveis de todos – os godos, que dominavam o sul da Rússia.”
HISTÓRIA EM REVISTA. Impérios sitiados : 200-600. Rio de Janeiro : Abril Livros, 1991. p. 12.
Ao estudarmos as causas da decadência do Império Romano, vimos que, entre elas, encontravam-se as invasões dos “povos bárbaros ou germânicos”. O texto introdutório nos coloca em contato com essa realidade. As fronteiras do Império Romano permaneceram protegidas até o século III. Após esse período, o exército em decadência não conseguiu mais impedir o avanço desses grupos que se deslocavam por toda a Europa Ocidental. Entre os séculos IV e V, as invasões se intensificaram em todo o Império Romano do Ocidente, provocando a sua retaliação em diversos reinos denominados “reinos bárbaros”.
Os Povos Bárbaros
Os romanos denominavam “bárbaros” todos os povos que