Fundamentos antropológicos do conhecimento
1. O homem e o mundo circundante
O conhecimento é uma atividade do homem. Observa que as coisas mudam e que seu conhecimento também muda. O mundo pertence ao homem e o homem pertence ao mundo. Dizia Ortega y Gasset: “Eu sou eu e minhas circunstâncias”. Circunstância é o que está ao redor de mim, o que me rodeia. Vivo num leque de possibilidades, escolhendo umas e renunciando outras. Das circunstâncias exteriores e da situação interior nascem as formas de vida coletiva e as instituições sociais: a linguagem, a arte, a religião, o direito, o estado, etc. Não conhecemos as coisas quando conhecemos apenas sua composição química. O homem chega á consciência, a conhecer-se como mundo e a conhecer toda a marcha de sua evolução e as leis que regem a mesma. O homem dá sentido a evolução. A partir do homem, o mundo se manipula a si mesmo, ou seja, é manipulado pela mão, pela inteligência do homem. Este mundo não mais se apresenta como algo acabado. Apresenta-se, como material para o homem construir seu mundo, o mundo hominizado. Para tanto a ciência e a técnica proporcionam os meios. O homem, entretanto, não é apenas o sujeito da ciência e da técnica. Cada vez mais torna-se seu objeto. E o homem sonha criar um homem novo, um super-homem, que banirá a doença, a dor, e a morte. A medicina, a psicologia, a procriação artificial abrem novas perspectivas. O homem de hoje já projeta o homem que quer amanhã.
2. O homem e o animal
É através dos sentidos que o homem entra em contato com o mundo e começa a dominá-lo, dando-lhe um primeiro sentido, ou seja, o sentido de algo perfumado, de algo colorido, de algo saboroso,