Idade Moderna
Nenhuma corporação na história da humanidade manteve por tanto tempo o monopólio da verdade, da política e da economia como a Igreja Católica na Idade Média. Até a Reforma Protestante, conduzida pelo alemão Martinho Lutero em meados do século XVI, ser religioso era o melhor negócio do mundo. A Igreja de Roma regulava a vida civil na Europa ocidental, cobrava impostos, nomeava e destituía reis e comandava as guerras santas. O clero católico tinha o monopólio dos registros civis, perdoava ou punia cidadãos em troca de dinheiro e terras. Dois papas foram essenciais para o sucesso da Igreja como empreendimento: Gregório VII e Inocêncio III.
O reinado de Gregório durou 12 anos, de 1073 a 1085. Durante esse período, o papa reforçou o celibato e combateu o comércio de títulos eclesiásticos. Com as mudanças introduzidas por Gregório VII, a Igreja Católica passou a nomear reis e príncipes. Inocêncio III foi escolhido papa em 1198 e ficou no poder até sua morte em 1216. Quando Inocêncio assumiu o papado, aos 38 anos, além da ampliação dos poderes do Vaticano, criou-se a Inquisição, tribunal religioso que substituiu os julgamentos feitos por reis e senhores feudais. Foi ele, também, que aperfeiçoou a máquina de arrecadação da Igreja Católica. Criou o registro civil e novas maneiras de arrecadar dinheiro dos fiéis. No século XIV, Baldassari Cossa, pirata e traficante de escravos na juventude, foi escolhido pelo papa - com o apoio de banqueiros italianos - para tornar-se João XXIII. Surgiu com ele uma tabela de indulgências, sistema no qual os pecadores pagavam pela sua absolvição. Um assassino, por exemplo, pagava 15 libras, quatro soldos e três dinheiros para ser absolvido - quantia