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O TRABALHO COM AS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS NA ALFABETIZAÇÃO: CONTRIBUIÇÕES DA PERSPECTIVA BAKHTINIANA DE LINGUAGEM 1 Maristela Gatti Piffer 2 (UFES/PMV/PMS) Introdução
O processo ensino aprendizagem da linguagem escrita tem sido foco de atenção de muitos pesquisadores e de educadores que atuam nas classes de alfabetização, provocando, especialmente a partir dos anos de 1980, mudanças substanciais na forma de conceber o ensino da língua materna. Na tentativa de romper com as abordagens tradicionais de alfabetização, em que a aquisição da língua é pensada de forma mecânica, repetitiva e fragmentada, essas discussões enfatizaram a inserção do texto como unidade de ensino, abrindo diferentes possibilidades de trabalho com a linguagem escrita nas salas de aula de alfabetização. Uma análise cuidadosa da produção do conhecimento na área nos permite observar que os estudos emergentes, nesse contexto de instauração de outros olhares para o processo de alfabetização, decorrem, de maneira geral, de duas grandes perspectivas teóricas: a abordagem de cunho construtivista e a abordagem histórica, cultural e dialógica de linguagem, como também pode ser constatado nas pesquisas realizadas por Maciel e Soares (2000), sobre o estado do conhecimento na alfabetização, e por Rocha, Silva Filho e Strenzel (2001), sobre o conhecimento produzido no âmbito da educação infantil.3 Nesse diálogo com a produção do conhecimento confirmamos nosso interesse pelas idéias que se sustentam na abordagem histórica, cultural e dialógica de linguagem,
Esta pesquisa, originalmente intitulada O trabalho com a linguagem escrita na educação infantil (PIFFER, 2006), foi orientada pela Prof.ª Drª. Cláudia Maria Mendes Gontijo (UFES/CE/PPGE) e integra estudos desenvolvidos na linha de pesquisa Educação e Linguagens, do curso de Mestrado em Educação do Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal do Espírito Santo. 2 Mestre em Educação pela Universidade Federal do Espírito Santo, professora