hobbes
Thomas Hobbes (1588 – 1679)
O inglês Thomas Hobbes, nascido na 2º metade do século XVI, é um dos principais filósofos políticos da Idade Moderna. Em sua principal obra, “Leviatã”, se mostra um dos representantes do jusnaturalismo ou teoria dos direitos naturais, ele explica que a passagem do estado de natureza para o estado civil se realiza pela mediação de um contrato social e que mesmo no estado de natureza os homens já tinham alguns direitos naturais.
O direito de natureza, a que os autores geralmente chamam de jus naturale, é a liberdade que cada homem possui de usar seu próprio poder, da maneira que quiser, para a preservação de sua própria natureza, ou seja, de sua vida; e conseqüentemente de fazer tudo aquilo que seu próprio julgamento e razão lhe indiquem como meios adequados a este fim. (Leviatã, cap. XIV, p. 78)
Em resumo, no estado de natureza todos os indivíduos teriam direito a todas as coisas e a liberdade de usar seu próprio poder, da maneira que quiser, para a preservação da sua própria vida. Além disso, Hobbes expõe que existem três principais causas da discórdia entre os homens: a competição, a desconfiança e a glória. A primeira leva os homens a atacarem uns aos outros tendo em vista o lucro, a segunda tendo em vista a segurança e a última tendo em vista a reputação. Nesse sentido, o autor mostra que durante o tempo em que os homens vivem sem um poder comum capaz de manter todos em respeito, eles se encontram em uma condição de guerra de todos os homens contra todos os homens.
É dado que a condição do homem (conforme foi declarado no capítulo anterior) é uma condição de guerra de todos contra todos, sendo neste caso cada um governado por sua própria razão, e não havendo nada, de que possa servi-lhe de ajuda para a preservação de sua vida contra seus inimigos, segue-se daqui que numa tal condição todo homem tem direito a todas as coisas, incluindo os corpos dos outros. Portanto enquanto perdurar este direito de cada