Hobbes

11356 palavras 46 páginas
Thomas Hobbes (5/04/1588 - 4/12//1679) foi um filósofo e teórico político autor de Leviatã(1651). Foi um autor que tratou de da questão da liberdade e de sua compatibilidade com a idéia de necessidade. A necessidade é entendida a partir de uma ótica mecanicista, em que eventos são ligados a suas causas de forma fixa e definitiva(diz se que essa ligação é necessária), de forma que tudo que ocorre no presente se deu por causa de eventos do passado, e o que ocorrerá no futuro se dá de acordo com o que ocorre no presente. A liberdade é entendida como a possibilidade de agir segundo a vontade e não de acordo com outros fatores (Por exemplo, se alguém escorrega acidentalmente e cai, não se pode dizer que essa pessoa caiu exercendo sua liberdade).

Como ilustrado pelo trecho a seguir:
“Pois ele é livre para fazer algo, pode fazê-lo se tem a vontade de fazê-lo, e pode abster se tem a vontade de abster. E ainda assim se houver uma necessidade que ele tenha a vontade de fazê-lo, a ação se segue necessariamente; e se houver uma necessidade que ele tenha a vontade de abster, a abstenção também será necessária. A questão, portanto, não é se um homem é um agente livre, quer dizer, se ele pode escrever ou se abster de fazê-lo, falar ou ficar calado, de acordo com a sua vontade; mas se a vontade de escrever e a vontade de se abster de fazê-lo ocorrem nele de acordo com a sua vontade ou de acordo com outra coisa em seu poder.” ¹

Ele rebate alguns argumentos comuns contra a compatibilidade entre liberdade e necessidade. Um deles é o argumento de que a necessidade de realizar certos atos implicaria em uma injustiça da aplicação de leis, pois a pessoa não teria responsabilidade por suas ações, visto que elas seriam necessárias e, portanto, não poderiam ser diferentes. O argumento de Hobbes é apresentado no trecho a seguir:
“(...) a necessidade de uma ação não torna as leis que a proíbam injusta. Note-se que não é necessidade, mas a vontade de violar a lei que torna uma ação

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