História e evolução do garfo
O garfo já era conhecido em 600 a.C. Os primeiros garfos possuiam apenas dois dentes de pontas afiadas e até a idade média, só eram usados para servir comida.
Até ao século XI, a maior parte da população comia com as mãos. Nessa época, o grau de status media-se pela quantidade de dedos que se usavam para levar os alimentos à boca. A partir dos tempos romanos, as pessoas de boa criação não sujavam o dedo anular e o mínimo, utilizavam apenas os outros três dedos. Registra-se a chegada do garfo na Europa, em Veneza, em meados do século XI. A princesa Teodora, filha de Constantino VIII (Imperador do Oriente), que veio de Constantinopla para casar com o Doge (do latim DUX “chefe”, o doge era o dirigente máximo) de Veneza Domenico Selvo trouxe um garfo de ouro com dois dentes, que usava para espetar alimentos.
Este primeiro garfo da história causou polêmica: foi considerado pecaminoso pela Igreja Católica. Muitas pessoas o consideravam demoníaco por sua forma lembrar o "forcado" (Com o qual o Diabo aparece na iconografia clássica). Criticavam igualmente a função do garfo. Afirmavam que o alimento, dádiva de Deus, devia ser levado à boca diretamente pelas mãos do homem, sem a intermediação de utensílios. Assim, durante um longo período, este utensílio se manteve como uma novidade escandalosa . Somente no século XV a população italiana assimilou o garfo. Esse costume se espalhou para Milão e Florença e daí para o resto da Europa. No século XVI, os italianos passaram a utilizá-los na mesa, mas com dentes menores, para diferenciá-lo dos garfos de cozinha. Nesse período, o garfo já era de uso corrente na Itália, porém na França, as pessoas o receberam com frieza. A população o considerava uma sofisticação desnecessária e os cozinheiros diziam que seu metal interferia no sabor dos alimentos. Entretanto, o desejo pela distinção social levou à utilização dos garfos na mesa, sendo adotado por membros da nobreza e do clero. Esse hábito