História Educação Algébrica
Texto extraído e adaptado de MIORIM, Maria Ângela; MIGUEL, Antonio; FIORENTINI, Dario. Ressonâncias e dissonâncias do movimento pendular entre álgebra e geometria no currículo escolar brasileiro. Zetetiké, Campinas, n.1, mar. 1993, p. 19-39.
Ao longo da história do ensino da matemática elementar, manifestaram-se diferente concepções de educação algébrica. Uma primeira concepção de educação algébrica, praticamente hegemônica durante todo o século XIX e a primeira metade do século XX, tanto no Brasil como em outros países será chamada lingüístico-pragmática. Nessa concepção, prevalece a crença de que a aquisição, ainda que mecânica, das técnicas requeridas pelo transformismo algébrico (entendido como o processo de obtenção de expressões algébricas equivalentes entre si mediante o emprego de regras e propriedades válidas) seria necessária e suficiente para que o aluno adquirisse a capacidade de resolver problemas, mesmo que esses problemas fossem quase sempre artificiais, no sentido de que não era sua natureza e relevância que determinariam os conteúdos algébricos a serem aprendidos, mas sim o como “fabricar” um problema para cuja solução tais e tais tópicos, tidos como indispensáveis, deveriam ser utilizados. Nesse sentido, um transformismo algébrico totalmente independente de objetos concretos, de figuras ou ilustrações e de problemas antepunha-se como condição necessária, isto é, como pré-requisito, a uma “álgebra aplicada”, ou seja, aos tais “problemas”. Esse “transformismo algébrico”, quase invariavelmente, caracterizava-se por uma seqüência de tópicos que, partindo do estudo das expressões algébricas, passava pelas operações com essas mesmas expressões, chegando às equações para, finalmente, utilizá-las na resolução de problemas. O movimento da matemática moderna, cujo predomínio ocorreu de fins dos anos 1950 aos fins dos anos 1970, tanto no Brasil como no