História da África precolonial
Alexandre Pimentel Colón Filho Sobre a história da África é inegável ao menos um fato: o continente ficou à margem do desenvolvimento da história, sendo um espectador dos acontecimentos; abaixo do deserto do Saara, salvo exceções como o reino cristão da Etiópia, a África subsaariana praticamente vegetou, realmente à margem do restante do velho mundo. Sem filosofia, ou atitude filosófica, que o ocidente herdou dos gregos, os africanos, intelectualmente, vegetaram de fato, recorrendo a misticismos, magos ou feiticeiros, para entender o mundo que os rodeava; o ocidente também não repartiu com os africanos outro triunfo: o direito. As atitudes primitivas, de se fazer o que desejar conforme a própria vontade, geram um círculo vicioso; mas quando uma convenção (lei)é determinada superior aos seus executores (indivíduos), a sociedade se liberta das vontades particulares em prol do bem-estar de todos e cada um (visto que as vontades não são, bem como não podem ser, suprimidas); mas os africanos em geral sequer tiveram a necessidade da escrita, e com isso a herança histórica ficou muito reduzida, reservado a tradição oral, o que, obviamente, é arriscado, pois se o sábio ancião morre, toda a herança é perdida. Sem filosofia, direito e escrita, pode-se afirmar, com segurança, que não houve ciência na áfrica subsaariana. E cultura, entendida como aquilo que se cultiva, que floresce, germina e frutifica, algo racional, científico, erudito, também não o houve. Houve o costume, a tradição, a sabedoria. Mas, justamente por não haver algo além desses três pontos, que eles devem (?) sumamente admirados, respeitados e analisado: eles formam a herança histórica africana. E é muito importante se analisar as heranças históricas, pois elas formam a identidade de um povo, e de cada membro desse povo em particular. Um sujeito só se identifica quando percebe a si mesmo como herdeiro de um passado e é muito importante para o africano porque ele