aluna
Resumo: O presente artigo possui como intenção principal estabelecer um diálogo entre a legislação brasileira acerca do ensino da história africana e as leituras e opiniões formuladas por alguns africanistas sobre a temática. Sendo assim, buscamos na primeira parte do texto mapear a presença dos estudos africanos nos Parâmetros Curriculares Nacionais, na Lei 10639/03 e nas diretrizes formuladas para permitir sua implementação. Na segunda parte de nosso exercício a perspectiva foi a de observar como historiadores, antropólogos e demais especialistas analisaram a abordagem da história africana em nossos bancos escolares nos últimos dez anos. O resultado do diálogo revela que, apesar das indicações encontradas em parte da legislação educacional brasileira, uma longa lacuna se apresenta quando o assunto a ser tratado nas salas de aula envolve temas africanos.
Palavras-chave: Ensino da história africana; Lei 10639/03; História da África.
Transcorridos quase cinco anos da promulgação da Lei Federal 10639/03, seria legítimo se perguntássemos sobre as trilhas seguidas por nossos pesquisadores e educadores na construção de reflexões e propostas para o ensino da história africana nas escolas brasileiras. Não parece ser novidade que às escassas experiências escolares sobre a temática, identificadas antes desse período, somou-se um conjunto multifacetado e extenso de tentativas de aplicar ou permitir o cumprimento dos textos legais formulados sobre o assunto. Assim, cursos de especialização, extensão, formação de professores, seminários, congressos e publicações, vêm tentando contemplar os mais diversos objetos ligados à abordagem em sala de aula das trajetórias e características históricas africanas.
No entanto, a resposta ao questionamento acima lançado – que envolve um significativo