História: análise do passado e projeto social - Josep Fontana
- Fontana começa o seu argumento com a pergunta básica: o que é ilustração? E logo discursa que não é uma questão apenas filosófica, cultural ou temporal cronológica. Mas sim de ver a visão dos ilustrados em relação a história e concepção da sociedade.
- “Consideremos que caem dentro do âmbito da Ilustração os sistemas de ideias dos que, conscientes do estancamento da sociedade feudal, trataram de reformá-la a partir de si mesma, para que pudesse continuar subsistindo. É o que corresponde, no terreno da política, ao que se costuma chamar o despotismo ilustrado (...) (Pág. 59-60).”.
- “Os limites cronológicos da Ilustração podem fixar-se entre a revolução inglesa do século XVII e a francesa do XVIII (Pág. 60).”.
“A Inglaterra posterior à revolução correspondem a ideia de progresso, o liberalismo econômico e a visão histórica da escola escocesa; a França feudal, a ideia de natureza, a proposta fisiocrática e a concepção da história de Voltaire e Montesquieu (Pág. 61).”.
- Ao pensar os antecedentes do pensamento histórico da Ilustração francesa, entramos em três questões: o processo de criação de uma ciência da sociedade capaz de analisa-la; a herança do libertinismo e por último o chamado “pirronismo histórico”.
- As Enciclopédias foram, sem dúvida, “(...) um dos livros mais difundidos na Europa da primeira metade do século XVIII e contribuiu decisivamente para universalizar o conhecimento da língua francesa, facilitando com isso a circulação internacional das obras dos ilustrados (Pág. 64).”.
- Para Voltaire, a história é o relato dos fatos verdadeiros, tendo a história das opiniões que é utilizar os erros humanos para reforçar um ponto de vista, a história das artes que une invenção e progresso e história natural que é uma parte da física que divide a história entre sagrada e profana.
- Assim “(...) a história lhe interessa, antes de tudo, como meio para a compreensão da sociedade em que vive, mostra ao recusar a história antiga e