Historiografia grega - Heródoto - lógos
O homem ao agir nunca o faz com controle total, ou seja, a escolha não é inteiramente livre. Ela é pressionada pelas circunstâncias, constrições, expectativas éticos-morais e contexto. Há ainda o que vai determinar o alcance dessas escolhas: o quanto a ação tem em sua base de conhecimento, que é sempre deficitário. Não existe uma consciência total da ação e das suas consequências e a sua visão é limitada pela mortalidade, não se sabendo o que as ações vão acarretar em quem as fazem e nos outros.
Por ser mortal e profundamente limitado em relação ao seu conhecimento, ele se encontra em extrema oposição aos deuses, já que esses são oniscientes, com total conhecimento de passado e futuro. Isso já foi confirmado em Homero e Hesíodo, que recorrem às musas para contarem suas histórias, pois estas de tudo sabem já que são divindades.
Assim, os deuses acabam por saber do destino dos homens e para os gregos a limitação humana está, de certa forma, relacionada com essa questão de týkhé e sua instabilidade. O destino no mundo grego é um caminho que se faz a partir do modo como o homem reagiu diante das circunstâncias. O resultado não é independente; o livre arbítrio é visto como não absoluto e um paradoxo: há uma escolha, mas ela não é livre, ela responde às pressões. Para exercer a escolha livremente seria necessário um total conhecimento, mas este é sempre precário ou até inexistente. Quanto maior a ignorância, mais desastrosas serão as consequências das ações.
A felicidade humana é instável, como