O Conceito de História - Antiguidade à Idade Moderna.
François Hartog toma Heródoto como o primeiro historiador. Enquanto outros historiadores gregos se usam do nominativo para afirmarem a autenticidade das histórias por eles contadas, Heródoto era autor de seu lógos, e por meio deste afirmava sua autoridade perante os outros ou contra os outros. Entretanto, os gregos mais criaram o historiador que a história. O historiador grego a princípio teve dificuldade com os filósofos por que eles eram o modelo de intelectual da época. Ou historiador criticava os filósofos, ou travestia-se de filósofo ou, em resposta ao filósofo, empenhava-se em mostrar que a história era filosófica.
Para ele, a história escolheu uma grande guerra (Ilíada) e começou fixando-se na “origem” (determinação da aitía, para Heródoto, ou da alethestáte próphasis, o motivo mais verdadeiro, para Tucídides). Ao contrário das grandes figuras bíblicas que eram muito carregadas de passado, os heróis homéricos, de destinos claramente definidos, eram mais presos ao presente tendo cada dia como se fosse o primeiro; o que traria a procura da honra (kléos).
François termina dizendo que Heródoto não escrevia sobre cidades que “são grandes em meu tempo”, mas que “eram grandes em tempos passados”, e com isso ele se concentrava em escrever, igualmente (homoíos), a história das grandes e pequenas cidades dos homens em que passava “pois, aquelas que outrora eram grandes tornaram-se, na sua maioria, pequenas; e aquelas que eram grandes em meu tempo haviam antes sido pequenas.”, e por causa disso o tempo para Heródoto passou a introduzir descompasso entre as palavras e as coisas: quer excesso, quer falta, de umas em relações às outras. Daí a exigência de dizer homoíos.
Com isso o texto “O conceito de História”, de Christian Meier, faz ligação com François quando apresenta a terminologia da palavra Ioropia (ou Ioropiv) que fora usada pela primeira vez por Heródoto, o pater historiae, desde o século