Historia da ciencia
Segundo a obra da filósofa Marilena Chaui, historicamente, três têm sido as principais concepções de ciência, ou ideais de cientificidade: a racionalista, a empirista e a construtivista. Vamos analisá-las um pouco mais a fundo.
A concepção racionalista nasceu com os gregos e se estendeu até o fim do século XVII. Ela afirma que a ciência é conhecimento racional e dedutivo como a matemática, e que deve ser capaz de elaborar enunciados e atingir resultados que sejam verdades universais, sem que haja nenhuma dúvida. Uma ciência é, assim, conjunto de postulados e axiomas que determinam as propriedades de seu objeto de estudo. O objeto científico, por sua vez, corresponde à própria realidade e as experiências servem apenas para verificar o verdadeiro conhecimento, que é obtido inteiramente pela teoria.
A concepção empirista, que também surge com os gregos, mas se estende até o fim do século XIX, afirma que a teoria científica resulta das observações e dos experimentos, ao contrário do que pensam os racionalistas. A ciência, para o empirismo, é a interpretação de fatos observados e que, por indução, oferecem definições e propriedades do objeto de estudo. Isso exige o cuidado para estabelecer métodos experimentais rigorosos, já que é em função deles que é produzida a teoria.
As duas concepções apresentadas possuem o mesmo pressuposto: a teoria científica é uma explicação da própria realidade, tal como ela é em si mesma. No século XX, porém, surge a concepção construtivista, que considera a ciência uma construção de modelos e não uma explicação daquilo que a realidade seria por si mesma. O cientista construtivista alia o estabelecimento de postulados e axiomas dos racionalistas e o poder de mudar dos experimentos empiristas. No entanto, difere de ambos ao tratar o objeto de estudo como um modelo construído, e não a realidade em si mesma. A busca, portanto, não é a de encontrar verdades absolutas, mas verdades aproximadas que possam ser