historia como ciencia
Para os gregos, a história não se referia necessariamente ao passado, sendo antes uma lista ou descrição sistemática de fatos. Para Aristóteles, a história era o estudo de fenômenos particulares, enquanto a poesia relacionava-se ao geral, cujo conteúdo era mais filosófico e exemplar do que o daquela. Durante a Idade Média, a história permaneceu ligada às crônicas e a uma concepção teológica muitas vezes deformada em seus relatos pela distorção e pela lenda. O conceito científico começou a avançar durante o Renascimento, quando os humanistas adotaram uma visão mais ampla e desvinculada da teologia ao interpretar os textos clássicos. No século XVII empregaram-se algumas ciências auxiliares que possibilitaram os primeiros esboços de uma "ciência" histórica em sentido moderno. Em 1681 com De re diplomatica (Sobre a diplomacia), Jean Mabillon proporcionou um instrumental crítico para depurar e interpretar as fontes.
Alguns pensadores desse século, no entanto, não consideravam a história uma ciência. Essa era a opinião de dois dos mais relevantes, Francis Bacon e René Descartes, embora em outro sentido tenham dado uma excelente contribuição, pois assentaram as bases filosóficas da idéia do progresso contínuo da humanidade, que teve tanta influência no pensamento do século XIX. Bacon dava pouca importância à precisão histórica, mas realizou uma divisão útil da história em civil e natural, e a relacionou com a memória. Descartes chegou a duvidar de que a história fosse um ramo do conhecimento.
Até o século XVIII não se pode falar de uma concepção científica da história. Jean Le Rond d'Alembert adotou na Encyclopédie a classificação de Bacon, que relacionou os conhecimentos humanos com as faculdades da memória (história), da razão (filosofia) e da imaginação (poesia), e dividiu a história em sagrada, civil e natural. A idéia do progresso humano foi a raiz do conceito de história como ciência social. Em Scienza nuova (1725), o filósofo Giambattista