História e Ciência
Wanderson Raposa Ferreira*
RESUMO: A história, nesta primeira década do século XXI, vem recuperando um lugar de prestígio nos meios educacionais, culturais e políticos do Brasil. A regulamentação da profissão de historiador, aprovada pelo Senado em 2012 e, em projeto de lei em tramitação na Câmara do Deputados, em 2013, trouxe à tona, sobretudo na mídia e meios acadêmicos e científicos, a discussão sobre o estatuto de validade e cientificidade do conhecimento histórico elaborado pelo historiador. O presente artigo pretende discutir a temática história e historiografia, buscando conhecer as origens do conhecimento histórico, suas especificidades, a relação história/ciência e história/verdade, as características das principais escolas históricas do século XX e, por fim, o estatuto de validade da história na contemporaneidade.
PALAVRAS-CHAVE: História; Historiografia; Ciência.
INTRODUÇÃO O Brasil, desde a constituinte de 1988, vem buscando consolidar a sua democracia atendendo demandas da sociedade civil, efetivando projetos de lei e implementando políticas públicas, em vista de um país mais justo e cidadão, onde todos tenham seus direitos e deveres respeitados. Assim, a ANPUH –Brasil (Associação Nacional de História), há muitos anos, vem discutindo e exigindo, junto ao poder legislativo federal, a regulamentação da profissão de historiador. Para os historiadores a regulamentação é um direito profissional e cidadão, pois, cientificamente, trabalham com a história e a historiografia, prestando serviços histórico-culturais à sociedade, de forma ética e responsável, em diferentes espaços, tais como: instituições de ensino, museus, arquivos, empresas e órgãos culturais. Como afirma Keila Grinberg ( 2013):
“O projeto de lei n° 368/09 prevê que a profissão seja exercida por diplomados em cursos de graduação, mestrado ou doutorado em história. Por exercício da profissão, entende-se a atuação