Herói individual e coletivo
I
Na Proposição, que consiste numa espécie de esboço do que será o conteúdo da obra, Camões começa, na primeira estância, por apresentar os heróis da viagem à Índia, os marinheiros, que foram «para além da força humana».
...
Na segunda estância, o poeta apresenta os heróis da história de Portugal que «foram dilatando a fé, o Império e as Terras Viciosas de África e de Ásia andaram devastando».
Finalmente na terceira estância, Camões apresenta em síntese aquele que será o protagonista da epopeia «o peito ilustre lusitano», ou seja, os Portugueses, que realizaram grandes feitos, dignos de uma epopeia.
Herói individual-Vasco da Gama (ação central)
Contudo, apesar do protagonista ser o povo português, um herói colectivo, Camões recorre, para o representar, a heróis individuais. Assim na ação da viagem, Vasco da Gama é o protagonista do plano narrativo central, tendo por isso, o estatuto de herói épico porque, e destacam-se alguns exemplos:
Apresenta determinação, por exemplo aquando da partida de Lisboa, apesar do sofrimento sentido e testemunhado, na vontade imensa de concretizar a missão a que foi proposto, mesmo tendo consciência de que o seu êxito ia para «além do que prometia a força humana».
Canto IV (93)
Teve a capacidade de superar os obstáculos e de vencer o medo, no episódio do Gigante Adamastor.
Canto V (49)
Heróis individuais-Plano encaixado da História de Portugal
No que diz respeito ao plano da História de Portugal, o narrador e herói Vasco da Gama vai, destacar outros heróis individuais, desta feita alguns reis, como por exemplo D. Afonso Henriques, na batalha de Ourique, e D. Afonso IV, na batalha do Salado que se destacaram na luta contra os Mouros.
Canto III (46)
Também se destacam D. João I e D. Nuno Alvares Pereira na luta pela independência de Portugal contra os castelhanos.
Canto IV (30)
Nesta longa narrativa predominam os feitos guerreiros protagonizados assim por heróis