Revolução Chinesa
O povo chinês, que havia sido saqueado, dividido e humilhado pelas chamadas potências imperialistas durante o século XIX e XX, lutou contra a sangrenta invasão japonesa, que chegou a ocupar mais da metade do território chinês nos anos 30 e 40 do século XX. Por isso, os comunistas liderados por Mao Tsé-tung acabaram por receber grande apoio da população, que via o esforço dos militantes comunistas como uma luta antiimperialista que devolveria à China o seu lugar de grandiosidade, ocupado no passado. No imaginário da população chinesa, era como se uma nova dinastia imperial, jovem e forte, chegasse ao poder.
Após contribuírem com a expulsão dos japoneses, os “comunistas” ainda tiveram que lutar contra os “nacionalistas” chineses, liderados por Chiang Kai-shek, que comandava o Kuomintang — Partido Nacionalista da China. Com a derrota, os nacionalistas acabaram por fugir para a Ilha de Formosa, onde, em 8 de dezembro de 1949, fundaram a cidade de Taiwan.
O que ocorreu no período em que a China esteve nas mãos dos comunistas? O que os comunistas fizeram, em 1949, para reconstruir um país de aproximadamente 540 milhões de habitantes, explorado pelos ocidentais e dominado pelos vizinhos japoneses durantes anos?
Uma das primeiras tentativas de reconstrução foi a elevação da produção agrícola. Nesse sentido, pode-se considerar que houve sucesso, pois, nos primeiros sete anos da Revolução Chinesa (1949-1956), a produção agrícola foi ampliada em 70%.
Mas o planejamento — uma característica dos países que passaram por regimes socialistas — não parou na agricultura, seguiu para as áreas da educação e da indústria.
A partir de 1956, com o fim da relação amistosa com os russos, cessou a ajuda material (equipamentos e tecnologia) e financeira que vinha de Moscou. Com isso, Mao Tsé-tung, o Grande Timoneiro, teve que comandar a economia chinesa com seus próprios recursos.
Segundo o historiador britânico Eric Hobsbawn, o fim da ajuda soviética