Mito - Visão Analítica
A luz da análise de mitos de diferentes culturas, Neumann identifica certos padrões que sugerem o processo de desenvolvimento da consciência ao longo da história e procura relacionar esses padrões com o processo de desenvolvimento da consciência na criança.
O Inicio (mito da Criação)
Para compreendermos a origem da consciência humana, precisamos evidenciar a importância dos mitos em nosso cotidiano, podendo explicitar de forma mais lúcida as etapas de da criação da Consciência.
Primeiro ciclo do mito é o mito da criação. Projeção mitológica do material psíquico surge na forma cosmogônica. O mundo e o inconsciente predominam e formam o objeto do mito. O ego e o homem encontra-se apenas nascentes, sendo o seu nascimento, o seu sofrimento e a sua emancipação as etapas do mito da criação.
No estagio da separação dos pais do mundo a semente da consciência do ego finalmente se afirma. Enquanto ainda se encontra nas dobras do mito da criação, essa semente penetra no segundo ciclo, no mito do herói onde o ego a consciência e o mundo humano se tornam cônscios de si mesmo e da sua dignidade.
Na perspectiva junguiana o conhecimento dos mitos é importante para melhor compreensão do material arquetípico que irrompe ao longo do trabalho analítico. Assim, o propósito da Psicologia Analítica não é valer-se dos mitos para explicar a clínica de um paciente, ou pior, de vários pacientes.
Na verdade, a Psicologia Analítica propõe uma amplificação dos símbolos em análise, através do método simbólico-analógico. Este método orienta-se a partir da percepção do material que provém do inconsciente do analisando, através de símbolos oníricos, da expressão plástica ou, por outras técnicas terapêuticas, não se restringindo as interpretações gerais e deterministas.
Deste modo, o estudo dos mitos e dos símbolos do inconsciente é a chave para um conhecimento profundo do ser humano, um conhecimento que vai além do palpável e do racional, que possibilita o