Psicologia analítica de Jung
Kathy Amorim Marcondes – Prof. Dept. Psicologia UFES
Carl Gustav Jung nasceu em 1875 na Suíça e faleceu em 1961, aos 85 anos de idade, então reconhecido como um dos maiores pensadores do século XX.
Em 1900 graduou-se com honras em medicina e foi trabalhar como Assistente no Hospital Burgholzli de
Zurique com Eugen Bleuler - famoso psiquiatra que o convida para integrar sua equipe de pesquisa. Jung rapidamente destacou-se na psiquiatria e passa a escrever artigos científicos de grande repercussão. Num desses artigos declara a sua admiração por algumas das proposições de Sigmund Freud, que na época estava sendo duramente criticado pela comunidade médica. Esse apoio foi decisivo para que Freud o recebesse para uma primeira conversa que durou 13 horas ininterruptas! A partir da aproximação inicial tornaram-se grandes amigos, de enorme intimidade. Contam-se 357 cartas, viagens, mútuas análises de sonhos e encontros familiares. Os debates acerca da Psicanálise aproximaram Jung do círculo de discípulos de Freud, mas é bastante conhecida a postura preferencial deste pelo o médico suíço, o qual esperava que fosse o “seu príncipe herdeiro”. “(...)De início, Freud considerou Jung não só seu discípulo mais bem-dotado como também o mais importante, seu príncipe coroado, o homem destinado a levar sua obra adiante no futuro.
Como Freud costumava a dizer, Jung era Josué para seu Moisés. E desde o começo Freud percebeu de imediato as vantagens práticas desse relacionamento. Não só Jung mostrara ser um formidável defensor das teorias de Freud, não apenas tinha ele suas próprias pesquisas no
Burghölzgli, que sustentavam independentemente as teorias freudianas numa época em que Freud ainda era discriminado de modo geral no âmbito da comunidade acadêmica, como o fato de Jung não ser nem judeu nem austríaco significava que a psicanálise podia se defender com mais facilidade das acusações de elitismo