Hemofilia
O filme retrata historicamente o desenvolvimento do sistema de saúde desde o século XIX até os dias atuais. Isto pode ser visualizado nas cenas em que a enfermeira que
tem a
responsabilidade de
cuidar
de
Remy
mostra-se
extremamente católica em seus contatos com os pacientes, oferecendo inclusive a
“comunhão” a cada um deles. Este é um caso que retrata claramente a história do cuidado, passando pelo cunho filantrópico religioso, a caridade em que as pessoas eram atendidas pelos institutos e médicos filantropos.
O filme tem uma dimensão política (“exposição do declínio do Império”) e uma dimensão existencial, mostrando que o Canadá possui problemas parecidos com o do Brasil, como: a desorganização do sistema de saúde, com a má gestão de recursos e de administração, estrutura física inadequada, sucateada e com pequeno número de leitos acompanhado de uma tecnologia obsoleta. Além do favorecimento das classes de maior poder aquisitivo, presença de sindicatos corruptos, polícia despreparada e excesso de burocracia. Desta forma, é abordado as inúmeras
estratégias
acionados
pelos
cidadãos
para
contornar
as
irregularidades do sistema de saúde de medo e proporcionar aos seus familiares e amigos um fim de vida digno, que seria responsabilidade do Estado a partir da constituição Federal de 1988.
Em relação à medicina tradicional (ocidental) percebe-se como a visão do médico era bastante fragmentada, em há um despreparo dos profissionais da saúde, mostrando o descaso e indiferença em relação as particularidades de cada paciente promovendo a generalidade dos casos. A maneira de tratamento do médico e sua equipe remetem a idéia de desumanização nos serviços de saúde e traz conceitos importantes como o conhecimento regulação, relacionado a sintomas e
medicamentos
e
conhecimento
emancipação,
referindo-se
a
importância de analisar os aspectos