gênero em sala de aula
Entre 2000 e 2009 foi realizada, por Marília Pinto de Carvalho, uma pesquisa em uma escola pública no Município de são Paulo para verificar o desempenho escolar dos alunos e alunas, envolvendo 240 crianças de 1ª a 4ª séries. Os critérios usados pelas professoras para avaliar esses alunos eram trabalhos individuais sem consulta (provas), trabalhos em grupo, participação nas aulas, lições de casa, testes orais, entre outros, e consideravam tanto o desempenho na realização dessas atividades quanto o envolvimento do aluno nas aulas, o interesse do aluno pelo que o professor ensinava.
Apesar de serem maioria na escola as meninas representavam menor número nas aulas de reforço (34%), já os meninos representavam 65% dos indicados para o reforço. As crianças classificadas como pretas ou pardas e com renda mais baixa eram mais da metade das indicadas ao reforço.
Um pequeno grupo de alunos classificados como brancos e de classe social mais favorecida se encaixavam como excelentes alunos, por serem participativos, críticos, organizados, que cumpria as atividades e aprendiam rápido.
Muitas meninas tidas como responsáveis, organizadas, estudiosas, sossegadas, atentas, eram menos inteligentes do que meninos agitados, indisciplinados e desatentos. Apesar da inteligência desses garotos, eles eram avaliados mais pelo comportamento inadequado do que pelas habilidades que possuíam e as meninas da mesma forma. Assim, elas, que eram mais disciplinadas, eram consideradas melhores alunas do que eles. As professoras associavam a feminilidade à organização, às cores, capricho e desenhos delicados nos cadernos, como flores e corações, e à masculinidade relacionavam o desleixo, a desorganização e a sujeira.
Na concepção das crianças o que caracteriza um bom aluno é, primeiramente, o seu comportamento em sala e não as notas. Apesar de ser mais fácil trabalhar com meninas, por serem mais comportadas, as professoras afirmaram