Gênero do discurso e o ensino de Língua Portuguesa
O ensino da Língua Portuguesa sempre foi objeto de discussão e preocupação de muitos especialistas, uma vez que se tem como concepção de língua que ela é eminentemente social, e ideológica. A possibilidade de se trabalhar com gêneros do discurso na escola vem incomodando diversos intelectuais brasileiros que se voltam à reflexão sobre o ensino e aprendizagem da língua materna, principalmente após a publicação do Parâmetro Curricular Nacional de Língua Portuguesa. Entende-se que a escola deve formar cidadãos que compreendam o papel da linguagem em todas as esferas e instâncias sociais, porém, o ensino tradicional, baseado nas práticas normativas de ensino desconsidera a realidade lingüístico-social dos alunos, principalmente nas escolas públicas onde impera a falta de investimentos na qualidade de ensino-aprendizagem. Elaboramos este trabalho a fim de refletir porque o conceito de gêneros discursivos não vem sendo utilizado adequadamente na escola.
A escola vem deixando de lado sua missão de preparar, ensinar e socializar a cultura, além de desconsiderar a realidade de cada educando, transmite as regras e conceitos presentes nas gramáticas tradicionais como objeto nuclear de estudo. Ao fugir da realidade do aluno a escola passa a utilizar um enfoque gramatical e descarta o enfoque interativo-textual confundindo o ensino de língua com o ensino de gramática. Os PCNs vêm apresentar propostas de trabalho que valorizam a participação crítica do aluno diante da sua língua e que mostram as variedades e pluralidade de uso inerente a qualquer idioma, entretanto, apresentam os vários gêneros existentes que, por sua vez, constituem formam relativamente estáveis de enunciados, disponíveis na cultura caracterizados por três elementos: conteúdo temático, estilo e construção composicional. Tomando a noção de gênero, constitutiva do texto, como objeto de estudo.
Linguístas que almejam mudar a forma de ensino da Língua