Graduanda

Junho de 1911: A Seção Pingos e Respingos

Em uma casa no Rio de Janeiro, uma senhora idosa se levanta de sua querida poltrona para colocar a neta na cama. Assim que elas chegam ao quarto, a neta diz:
- Vovó, conta uma história para dormir?
- Claro, minha querida! Já te contei sobre o homem que deu origem ao dia do bibliotecário? Sim, ele era bibliotecário, entre vários outros serviços e por isso resolveram homenageá-lo com esse dia. Que tal eu te contar como foi um mês bastante agitado para ele?
- Isso! Conta, vovó! – disse a menina.
- Está bem. Vamos começar...
Mais um dia no Rio de Janeiro, capital do Brasil. Um homem levanta cedo para trabalhar no jornal Correio da Manhã escrevendo sua seção sobre os acontecimentos dessa cidade e do país. Quem é esse homem? Alguns conhecem como Cyriano e Cia, pseudônimo criado para escrever no jornal, mas na verdade ele é Manoel Bastos Tigre, humorista, compositor, bibliotecário e publicitário pernambucano formado em engenharia civil aqui no Rio de Janeiro. Melhor chamá-lo de Cyriano, afinal, esse era o jeito que ele gostava de ser apresentado aos leitores. Estamos em Junho de 1911 e Cyriano pensa no que e como ele poderia escrever para os seus leitores. Escrever em forma de poema? Uma boa saída, mas não só poema. Diálogos e textos são interessantes e o povo aprecia. Enquanto pensa sobre esse assunto, ele pega o bonde cheio, desce no Largo São Francisco e segue para uma das ruas mais famosas e importantes da capital, a Rua do Ouvidor. Vários transeuntes circulando por essa rua. Mulheres acompanhadas, vendedores de rua, homens nas suas melhores roupas, engraxates, etc. Ele escuta algumas conversas e toma conhecimento sobre a história de uma mulher que se veste de homem para seguir o marido. Parece ser uma boa história. Pronto! Já possui um assunto para tratar no jornal. Logo ele avista a sede do jornal Correio da Manhã. Assim que chega cumprimenta Edmundo Bittencourt, diretor do jornal, e já vai para sua mesa