Gosto da guerra
Hamilton, que esteve encarregado durante 40 dias de cobrir a guerra do Vietnã, surpreende já nos primeiros capítulos, ao descrever o acidente que ele sofreu ao pisar em uma mina caseira. O acidente, descrito, com detalhes, como a dor e a perda de um de seus órgãos tornam ele não apenas um correspondente de guerra, mas um profissional que foi até as ultimas conseqüências.
No ultimo dia, antes de voltar ao Brasil e após possuir todas as informações necessárias para sua matéria, Hamilton ouve de seu fotógrafo, Shinamoto, que precisa de uma foto de capa, a principal ele ainda não havia registrado.
Para consegui-lá os dois embarcam em uma missão, e durante a caminhada o jornalista tem sua perna mutilada por uma mina caseira e eis que ele sente o gosto da guerra, nesse momento o fotografo consegue sua foto de capa, uma foto do próprio jornalista Hamilton mutilado. Após o acidente, o repórter começa uma peregrinação em diversos hospitais vietnamitas e passa a entender os reais motivos do conflito, no lado do Vietnã apenas o desejo de liberdade. Do lado americano, eles faziam guerra sem motivos nobres, apenas estavam lá por orgulho em dizer que os EUA sempre termina tudo o que começa. Tanto que Hamilton cita a maneira que era usada para diferenciar quem eram os inimigos, os soldados entendiam que quem corresse e tivesse mais de 10 anos era vinci, ou seja, primeiro eles matavam/atiravam e depois conferiam. Hamilton não recebeu o Prêmio Esso pela reportagem mas descreveu uma reflexão sobre a atividade de jornalista: “O que leva um jornalista a uma cobertura de guerra ou a uma situação de perigo, um pouco é vaidade, um pouco é espírito de aventura, um pouco é ambição profissional, e muito, mas muito mesmo, é a