Glicemia e acne
Scientia Medica (Porto Alegre) 2011; número 1, p.37-43
A acne vulvar é uma dermatose crônica, sendo mais frequente em adolescentes do sexo masculino, sendo que no sexo feminino é mais comum na fase adulta. A acne é mais predominante na face, costas, peito e ombros, pois são localidades onde possui maior numero de glândulas sebáceas.
A formação da acne se deve a hiperprodução de sebo pelas glândulas sebáceas, causando a hiperqueratinização e obstrução dos folículos sebáceos, formando os comedões, e a colonização por propionibacterium acnes (P. acnes) e inflamação. A acne vulvar é de fácil diagnostico podendo ser classificada em três níveis, leve, moderado e severo, de acordo com a lesão predominante. Estas lesões podem ser inflamadas, pápulas, pústulas, nódulo ou cisto, ou não inflamadas, comedão aberto ou comedão fechado. O tratamento da acne tem como objetivo reduzir a queratinização folicular e a população de P. acnes no folículo, e diminuir a atividade das glândulas sebáceas. Para atingir tal objetivo são utilizados medicações como, retinóides, que diminuem a produção de sebo e antimicrobianos e antibióticos a fim de combater a P. acnes, e as terapias hormonais.
Ela possui etiologia relacionada a múltiplos fatores, sendo eles, genéticos, hormonais, alimentares e psicológicos. Os fatores genéticos e psicológicos se relacionam com a alteração na produção de hormônios, podendo agravar a acne. Já os fatores hormonais e alimentares apresentam interferências quanto a hiperinsulinemia, visto que esta favorece a desregulação da síntese de hormônios andrógenos, sendo estes, relacionados a inibição da síntese de proteínas transportadoras dos hormônios sexuais (SHBG), causando um aumento destes andrógenos na circulação, acarretando na hipersecreção sebácea. Embora a sua relação com a alimentação não seja clara alimentos mais calóricos, com excesso de lipídios e carboidratos de alto índice glicêmico acarretam na